O PROCESSO - Franz Kafka (1925)
*A capa da primeira edição de O Processo de Kafka assemelha-se a um verdadeiro livro de arquivo. Ou seja, um livro onde o poder se serve da palavra, da linguagem, para vigiar e punir. O que vale não é já o real, mas a forma que ele adquire no texto judicial. A palavra não designa o real. Nomeia-o e ao nomeá-lo fá-lo existir.
Mas o que fica em arquivo é também o que se destina ao esquecimento. O esquecimento que é para Walter Benjamin (Hiena, 1987)uma das ideias basilares das obras kafkianas. Nesta capa, simples,soturna, sem identidade, que parece destinada a ser coberta pelo olvido, está a história de K., apanhado na "obscura matriz dos tempos" e pelo poder da palavra.
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