terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Promessa 1 - A Romã Aberta

Ainda aqui hei-de escrever, com tempo que agora não tenho, sobre certa romã, de sorriso escancarado, vermelho apodrecendo ao sol. Romãs assim têm nome de gente. Gente vivendo encostada ao conforto das palavras vazias, agindo diariamente no campo oposto aos seus próprios ideiais: cérebro vs. coração, teoria vs. prática, aparência vs. genuinidade - duas metades separadas da romã aberta ao meio, exposta à desintegração. E das pessoas-romã emana essa baixa vibração de vitalidade desperdiçada, de alma desagregada de si própria.
Bonito de ver é a romã inteira luzindo à luz do dia, ou as suas bagas brilhantes distribuídas ao acaso sobre mesas, pratos e saladas.

1 comentário:

  1. Gosto muito de romã, pese embora a trabalheira que é separar as bagas brilhantes daquela pele branca e espessa. Talvez por isso seja tão boa, pela luta que dá. Também a acho um fruto bonito e a cor dos bagos, um deslumbre.
    Nunca me tinha lembrado de a comparar a gente de carne e osso ... interessante...

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