segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Diário de ideias soltas (1)

Passeio breve. Muitos trabalhadores vieram de férias e o trânsito está outra vez caótico. Em três locais diferentes, pessoas discutiam. Uma rapariga gorda gritava para um velho, talvez com razão; sandália chã, como se usa agora, a blusa sem chegar à calça, mostrando um pneu de banha a nível da cintura. Um velho e uma velha sentados num dos novos bancos de jardim gritavam um com o outro: “Deixe-me falar”, explodiu ele, a certo ponto; não percebi o tema da discussão; quando reparei neles, aquilo continuava: iam ao fundo da rua, ele atrás dela; chegaram a um prédio e entraram.

Sol manso, ar de cristal, ocorreu-me isto:



Observo o esplendor do dia

Que passa em morna monotonia

Dois velhos discutem

Ela exige que a escutem

E diz ele, deixa-me falar

Não há meio daquilo acabar

Se houvesse só gente amável

O mundo seria mais suportável

Mas talvez fosse muito banal

Sempre a sorrir, sempre igual
 
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