quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Solidão

Há momentos em que é preciso mudar de vida. Momentos em que nos forçam a olhar para trás e vemos que não há ali nada.
Estes acidentes de percurso têm a utilidade de nos obrigar a ver as contrariedades a uma luz diferente. As humilhações mais sérias dizem-nos que o tempo à nossa frente é sobretudo escasso e que adiámos tudo o que era importante. Dizem que nos enganámos no caminho, que demos demasiados passos em falso, que nos gastámos em episódios já esquecidos, que somos do passado que não regressa e que nos perdemos no tempo.
Mas pouco importa, no fundo, que o sabor amargo da vida nos domine e nos arrase, desde que seja possível aprender com ele.
Aprender que se nos enganámos no caminho só resta sair da estrada interdita e inventar novas veredas, as do espírito, as da liberdade.
A escolha é sempre a via solitária e a solidão é triste, mas necessária. Não precisa de disfarces nem de desculpas.

Quando te dizem que não és ninguém, então podes finalmente assumir que és tu próprio.

4 comentários:

  1. O conteúdo desta exortação à esperança rompe as neblinas que, por vezes, se instalam nas nossos silêncios - ou tagerelices interiores.
    Mais um texto magnífico.

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  2. Força, coragem e sabedoria e a certeza que cada momento foi, tão somente, mais um passo evolutivo na aventura de uma vida,no ensino de um espírito, no sentir de uma alma. Passos esses dados...
    em "caminhos".
    :)

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