Se deixarmos que o nosso Outro esqueça
esse nome que tivemos para Ele,
não mais beberemos das infantis marés
ébrias de Sol e prata cintilante.
Faremos a última viagem
clamando no topo do mastro, através desses dias
impelidos por azulada fúria
sem bancos de jardim ou beijos e bicicletas.
Se permites que o teu nome secreto se perca
eis que algo morre e viral arrasta nessa morte,
para sempre,
o quase Deus que vos ungiu.
Defende esse nome com a própria carne,
a tremeluzente dor vermelha de existires.
Ergue as memórias e os desejos,
espadas flamejantes perante os teus olhos fechados.
Não desistas e guarda cada uma das vontades
entre o vazio de todas as gavetas que tens dentro,
porque transparente e invisível
é aquele que se esquece de si mesmo.
Que poema lindo! Tão forte. E acaba de uma maneira terrivelmente verdadeira. Que saudades de ler poemas teus! Bj.
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